Clique Aqui e adquira seu exemplar
terça-feira, 16 de julho de 2019
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Preso
por Eder Ferreira
neste corpo minha mente se afunda
na existência inexata da perplexidade mundana
nesta humana condição relativística
sem explicação aparente, apenas o dilema
que nunca será devidamente explicado
pensamentos filosóficos que inundam meu cérebro
relembrando-me da inquietude do tempo
que deteriora meu corpo aos poucos
e afugenta minha alma para o mistério da criação
sou eu, um amontoado de células vivas
deliberado neste êxtase chamado vida
inebriado pelas incertezas
que a proximidade da morte me trás
sou eu, preso em mim mesmo
sem escapatória, sem fuga prevista
apenas a certeza mórbida
de que o tempo me encarcerou
na eterna prisão do esquecimento
quarta-feira, 7 de maio de 2014
O agora
por Eder Ferreira
olhei para o tempo
e vi rastros de maldade
insanos pensamentos
refletidos, esvoaçados
já tão entrelaçados
à loucura humana
presos às mãos
cheias de sangue
que a história premia
como vitoria de alguém
sem pressa, sem presa
ao prazer do caçador
na barba de vossa
alteza
o rei eleito,
democraticamente
pela maioria, por
ninguém
pelo amor de algum deus
já tão fatigado
que nem mais aceita
tantas falsas orações
terça-feira, 11 de março de 2014
Obra inacabada
por Eder Ferreira
o livro da vida foi escrito
com tinta fresca, ao acaso das palavras
ao relento, sob a lua clara
que ilumina o destino de quem vive
a história surgiu, do nada, de graça
as decisões foram tomadas, escritas
a cada letra, a cada linha, em cada gênero
o conto, da breve vida que se foi
o romance, da vida deveras mal vivida
o poema, de quem sofreu por amor
a página virada, rasgada, amassada
o livro da vida, e da morte
da liberdade aprisionada
pelas ações inarráveis
lamentos em forma de texto
sem a coerência dos iguais
sem a coesão dos bons momentos
sem a revisão de um ser superior
o livro da morte, e da vida
escrito às cegas, sob olhares
criado por criaturas mal criadas
redigido por quem nunca aprendeu
o significado da palavra viver
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Baile de máscaras
por Eder Ferreira
a festa começou
danças e gritos
de dor e amor
o bacanal eterno
adoração da carne
sem laço fraterno
sem nexo (só sexo)
o feriadão teve inicio
prolongado risco
no meio, a fúria
da natureza conturbada
de um lado, a grana
desavergonhada
do outro a culpa
pelos erros futuros
e na frente de tudo
a máscara fatal
do pecado carnal
escondendo em luxo
a ancestral vergonha
furtiva brasilidade
santa brevidade
debaixo de escândalos
sob falsos risos
logo, será a bola
que irá rolar
ao lado das cabeças
uma pena (capital)
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Em busca do tempo perdível
por Eder Ferreira
Um belo poema, de amor ou de dor
Um romance, contando nossa história
Algo que se fixe rápido na memória
E que nunca mais perca seu valor
Uma pintura, desenho, ou escultura
Pinceladas, retratando a paisagem
Fotografias que eternizem a imagem
Do tempo se partindo em ruptura
Um pedaço do futuro no passado
Na tentativa de buscar a eternidade
Criamos um mundo historiografado
No medo de não entramos nos anais
Já que a vida é finita em sua verdade
Façamos algo que nos tornem imortais
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Palco descoberto
por Eder Ferreira
Mais uma vez errei
Na aurora de minha vida
Já tão escurecida
Enterrei sorrisos
Numa manhã plácida
Que transformei em noite fria
Outra vez, sob juras
Soterrado por lágrimas
Que eu mesmo plantei
Nos olhos calejados
De quem jurei não machucar
Erros e acertos
Paradoxos da vida
Que dançam na penumbra
Desse palco desumano
Onde não passamos
De meros fantoches
Para o insano e vil destino
Assinar:
Postagens (Atom)