quinta-feira, 24 de maio de 2012

O triste fim de um amor


por Eder Ferreira

Onde houve semelhanças
agora há diferenças
Interferência
da vida que se faz algoz
Impaciência
pela finitude dos sentimentos
Indiferença
posta à mesa
sobreposta, aos poucos
em instantes impassíveis
em momentos tão loucos
Lamentos serenos
tão fortes, tão plenos
Sentimentos comuns
tão meus, tão seus
E onde houve uma voz
agora só se ouve
o triste som
da palavra adeus

sábado, 19 de maio de 2012

Ela



por Eder Ferreira

Olhei teu corpo estonteante
Teus olhos tão brilhantes
E, nada vi, senão um espelho
Refletindo meu vazio eterno
Meu pecado fraterno
Tudo contido numa fração
De segundos perdidos
De um tempo em vazão
Vi a luz perversa do mundo
Em teu olhar, bem no fundo
De tua alma tão longínqua
Vi a vida que se fez uma vez
Num instante de pura emoção
A voz que saia do coração
A voz que se calou de repente
E nessa loucura desconhecida
Percebi que não sei quem é
Essa alma que se fez imprecisa
Essa alma que se fez mulher

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Como eu queria...


por Eder Ferreira

...que todo amor fosse
pleno, sereno, fraterno
e não uma eterna tentativa
de dizer quem manda
e quem está na defensiva

...que todo amor fosse
o que já foi um dia
um momento doce
um mar de simpatia

...que todo amor fosse
para cada amante
um solene instante
um segundo perene

...que todo amor fosse
como o futuro obscuro
sem regras definidas
sem adeus nem partidas

...que todo amor fosse
apenas amor, e mais nada
como uma eterna madrugada
 como uma ardente chama
nos braços de quem se ama