Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Preso


por Eder Ferreira

neste corpo minha mente se afunda
na existência inexata da perplexidade mundana
nesta humana condição relativística
sem explicação aparente, apenas o dilema
que nunca será devidamente explicado
pensamentos filosóficos que inundam meu cérebro
relembrando-me da inquietude do tempo
que deteriora meu corpo aos poucos
e afugenta minha alma para o mistério da criação
sou eu, um amontoado de células vivas
deliberado neste êxtase chamado vida
inebriado pelas incertezas
que a proximidade da morte me trás
sou eu, preso em mim mesmo
sem escapatória, sem fuga prevista
apenas a certeza mórbida
de que o tempo me encarcerou
na eterna prisão do esquecimento

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O agora


por Eder Ferreira


olhei para o tempo
e vi rastros de maldade
insanos pensamentos
refletidos, esvoaçados
já tão entrelaçados
à loucura humana
presos às mãos
cheias de sangue
que a história premia
como vitoria de alguém
sem pressa, sem presa
ao prazer do caçador
na barba de vossa alteza
o rei eleito, democraticamente
pela maioria, por ninguém
pelo amor de algum deus
já tão fatigado
que nem mais aceita
tantas falsas orações

terça-feira, 11 de março de 2014

Obra inacabada



por Eder Ferreira


o livro da vida foi escrito
com tinta fresca, ao acaso das palavras
ao relento, sob a lua clara
que ilumina o destino de quem vive
a história surgiu, do nada, de graça
as decisões foram tomadas, escritas
a cada letra, a cada linha, em cada gênero
o conto, da breve vida que se foi
o romance, da vida deveras mal vivida
o poema, de quem sofreu por amor
a página virada, rasgada, amassada
o livro da vida, e da morte
da liberdade aprisionada
pelas ações inarráveis
lamentos em forma de texto
sem a coerência dos iguais
sem a coesão dos bons momentos
sem a revisão de um ser superior
o livro da morte, e da vida
escrito às cegas, sob olhares
criado por criaturas mal criadas
redigido por quem nunca aprendeu
o significado da palavra viver

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Baile de máscaras


por Eder Ferreira


a festa começou
danças e gritos
de dor e amor

o bacanal eterno
adoração da carne
sem laço fraterno
sem nexo (só sexo)

o feriadão teve inicio
prolongado risco

no meio, a fúria
da natureza conturbada
de um lado, a grana
desavergonhada
do outro a culpa
pelos erros futuros

e na frente de tudo
a máscara fatal
do pecado carnal
escondendo em luxo
a ancestral vergonha

furtiva brasilidade
santa brevidade

debaixo de escândalos
sob falsos risos

logo, será a bola
que irá rolar
ao lado das cabeças

uma pena (capital)

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Em busca do tempo perdível


por Eder Ferreira

Um belo poema, de amor ou de dor 
Um romance, contando nossa história 
Algo que se fixe rápido na memória 
E que nunca mais perca seu valor 

Uma pintura, desenho, ou escultura 
Pinceladas, retratando a paisagem 
Fotografias que eternizem a imagem 
Do tempo se partindo em ruptura 

Um pedaço do futuro no passado 
Na tentativa de buscar a eternidade 
Criamos um mundo historiografado 

No medo de não entramos nos anais 
Já que a vida é finita em sua verdade 
Façamos algo que nos tornem imortais

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Palco descoberto


por Eder Ferreira


Mais uma vez errei
Na aurora de minha vida
Já tão escurecida
Enterrei sorrisos
Numa manhã plácida
Que transformei em noite fria
Outra vez, sob juras
Soterrado por lágrimas
Que eu mesmo plantei
Nos olhos calejados
De quem jurei não machucar
Erros e acertos
Paradoxos da vida
Que dançam na penumbra
Desse palco desumano
Onde não passamos
De meros fantoches
Para o insano e vil destino

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Não é um poema de amor


por Eder Ferreira


Primeira tacada:
o (des)amor me
disse frases
de amor
MEUS DEUS
QUANTO AMOR!!!
(ora
bolas
de bilhar)
o que é amar?
senão uma sinuca de
bico... como
aquele feito
na hora de beijar
de amar
de se entregar
ao jogo
rumo a mais uma
inevitável
vitória
(derrota)
:game oveR

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Dois poemas sobre a morte


por Eder Ferreira


Pesadelo inevitável

A cama se acende em lírios
Flores oníricas ilusórias
Coletânea de reles devaneios
Noturnas lágrimas irrisórias

Rio muito em pesadelos
Pelo caudaloso rio da escuridão
Na noite, na frieza, na cama
Ouço a dormente e breve canção

Durmo rápido, soturnamente
Esquecendo as flores sobre mim
Sentindo o cheiro cadavérico
Na plenitude de um lento fim

Não acordado, em êxtase puro
Sem espaço, sem ar, sem nada
Sob o choro breve falsificado
A liberdade que me foi tirada



O silêncio

A vida rítmica a que estão as almas
Em corpos dançantes, cheios de bolsos
Onde as moedas cabem
Apertadas, entre pentes, celulares e armas invisíveis
É a vida que elogia a morte
Temendo a chegada
O fim trágico que não se quer
A aleivosa melodia que se canta aos filhos
Nada fica, tudo vai
Amor, desamor, favor
E o som da voz dos maestros e ouvintes
Só fica o rancor, pelo ritmo que acaba
Na batida imperfeita e inaudível
Sobre a madeira da caixa

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Capitalismo literário


por Eder Ferreira


não trabalho com o falso
e sim com a realidade
forçada
(iniquidade)
a ordem do lema
(já sem trema)
ordinária mania
literatura de periferia
não trabalho...
(desemprego cultural)
...todos os dias
... ... ...
reticências obrigatórias
moratória
o “eu”, o “nós”
minha palavra, minha voz
a profissão de fé
se extingue nas prateleiras
quando as literárias asneiras
vão para a sacolinha
e eu (sem aspas)
destruo minha escrivaninha
não preciso dela
nem de nada
só de chance
“pra matá as lumbriga”
e de um lanche
já que “pra nóis”
livro não enche barriga...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Antologia "Poesia Todo Dia"



     Mais do que um livro de poesias, "Poesia Todo Dia" é uma obra de amor. Ao adquirir esse livro, você fará parte de uma rede de pessoas que se doaram de inúmeras formas em benefício da APAE DE SÃO PAULO e sua missão de promover a prevenção e a inclusão da pessoa com Deficiência Intelectual, pois os direitos autorais obtidos com as vendas dos livros serão doados integralmente à instituição. O "Poesia Todo Dia" foi um concurso cultural realizado pela AlphaGraphics, para o qual centenas de Poetas do Bem das mais diversas localidades no Brasil doaram mais de 1.000 poesias, das quais 365 foram selecionadas para compor o livro homônimo. E este livro ainda conta a com o poema "Incertezas", do escritor siqueirense EDER FERREIRACompre. Dê de presente. Divulgue. "Poesia Todo Dia" fará bem ao seu coração e às crianças da APAE DE SÃO PAULO. Para adquirir seu exemplar CLIQUE AQUI.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A Caixa de Pandora


por Eder Ferreira


Dentre todos os males que ela deixou escapar
Com sua feminina mania de acreditar no mundo
Uma se mostrou a dor que vem lá do fundo
De toda alma que se atormenta em querer amar

Na curiosidade que se fez, a caixa foi violada
Deixando fugir as lástimas por esta Terra
Onde um dia reinava a paz, tudo virou guerra
A voz que um dia cantou belezas foi calada

Oh, Pandora, em sua vil e errada ingenuidade
Fez do mundo um lugar de pura insanidade
Transformou a beleza num eterno tormento

Porém, ela nunca soube da verdade em ardor
Da caixa escapou um sentimento, o amor
Que agora recebe a alcunha de sofrimento

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Amor hipotético



por Eder Ferreira

nenhuma solidão 
é sinônimo de amar
e nenhum amor é solitário
ou, não deveria ser
sem hipóteses eloquentes
sem sentimentos exaltados
já que tudo o que é forte machuca
amassa a alma, que se contorce
transforma a calma em lama
onde o amor monta as bases
onde a lógica se faz mentirosa
e a solidão se torna amor
não sinônimo, não hipótese
mas, sim, certeza
em pleno equilíbrio
como quando o amado
pesa as consequências, e diz:
“te amarei para sempre”

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Lançamento do livro "Poesia Todo Dia", que inclui poema do escritor Eder Ferreira

por Eder Ferreira

     Confira abaixo o convite para o lançamento da Antologia "Poesia Todo Dia", que inclui meu poema "Incertezas". Pena que não poderei comparecer, mas, estou feliz por ter sido selecionado para mais esse concurso literário!



O poema "Incertezas" foi publicado originalnente no livro "Um lugar para dizer adeus", pelo site Clube de Autores. Para conhecer o livro clique aqui

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

"A poesia ajuda a sustentabilidade", diz o poeta Ferreira Gullar

por Eder Ferreira (Adaptação)

     O projeto 20 Ideias para Girar o Mundo, da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), reúne 20 vídeos com o intuito de contribuir para o debate sobre a sustentabilidade e o futuro do planeta. São reflexões de pensadores, cientistas e ativistas sobre as relações entre o homem e o planeta Terra. E um desses vídeos é do renomado poeta Ferreira Gullar. Para o escritor, o mundo caminha em uma direção perigosa, com o risco de se chegar em um ponto sem volta. “Eu tenho a tese de que a vida é inventada. O homem inventa a vida, então ele pode mudar, pode fazer diferente”. Gullar ganhou o Prêmio Jabuti 2011 com o livro de poesias “Em alguma parte alguma”. Confira o vídeo:



Para assistir os demais vídeos clique aqui

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Contrapartes



por Eder Ferreira

Ela me olhou
na penumbra
sob olhares obscuros
entre lapsos futuros
Ela me disse
com a voz da razão
o que sente o coração
quando não mais sonha
Me falou ao relento
na noite que se resfria
na luz, a calmaria
o momento onde nada
se torna absoluto
Ela me fitou
na brevidade do tempo
Me avisou, me despertou
para a realidade
a irreversibilidade
a obscuridade
Ela, me olhou, me disse
Eu não escutei
não quis ser visto
Fugi, menti, quase desisti
mas, ela não permite
que ninguém se vá
antes da hora
antes que sua contraparte
venha em silêncio
ou ao ser exigida
já que a morte nada faz
sem a permissão da vida

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

... e no fim do caminho


por Eder Ferreira

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra... tinha... chegou ao fim
não tem mais... na Cracolandia é sempre assim!


Ler poesia é mais útil para o cérebro que livros de autoajuda, dizem cientistas




Ler autores clássicos, como Shakespeare, William Wordsworth e T.S. Eliot, estimula a mente e a poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool. Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos e depois essas mesmas passagens traduzidas para a "linguagem coloquial"
    Os resultados da pesquisa, antecipados pelo jornal britânico "Daily Telegraph", mostram que a atividade do cérebro "dispara" quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano. Esses estímulos se mantêm durante um tempo, potencializando a atenção do indivíduo, segundo o estudo, que utilizou textos de autores ingleses como Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin.
     Os especialistas descobriram que a poesia "é mais útil que os livros de autoajuda", já que afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra perspectiva. "A poesia não é só uma questão de estilo. A descrição profunda de experiências acrescenta elementos emocionais e biográficos ao conhecimento cognitivo que já possuímos de nossas lembranças", explica o professor David, encarregado de apresentar o estudo.
  Após o descobrimento, os especialistas buscam agora compreender como afetaram a atividade cerebral as contínuas revisões de alguns clássicos da literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras de Charles Dickens. 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1215067-ler-poesia-e-mais-util-para-o-cerebro-que-livros-de-autoajuda-dizem-cientistas.shtml

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Lançamento do livro "Varal sem lei", de Leandro Muniz

por Eder Ferreira

     No dia 24 de agosto de 2013, um sábado, aconteceu em Tomazina, Paraná, o lançamento do livro “Varal sem lei”, do escritor Leandro Muniz (sob o pseudônimo de A. Zhoras). Os convidados lotaram o auditório da Câmara Municipal, onde puderam prestigiar os belos vídeos editados e protagonizados pelo próprio escritor, além de uma incrível performance do autor, que se vestiu a caráter, leu seus poemas e fez uma linda homenagem ao seu conterrâneo, o escritor tomazinense Newton Sampaio, nascido a exatos 100 anos e que, apesar de ter falecido jovem, aos 24 anos, é considerado por muitos o melhor contista do Paraná. Como escritor, e amigo, não pude deixar de marcar presença neste importante evento. Confira abaixo algumas imagens do lançamento:







Imagens: Alessandro Silva

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

As dores do mundo


por Eder Ferreira


Pobre mundo, sofrido; gemendo...  
Com a boca seca, mundo desolado  
Para sempre, agora e no passado
Segue a sina; as dores contendo... 

Alegrias, emoções; desgraças, aflições...
Perversos sinais, reles vícios culposos
Falsos contentamentos, sempre amorosos
Que se entregam a todas as tentações

Miseráveis sentimentalismos capitais...
Moedas que compram a vida e a morte
Orações fervorosas, pecados carnais

Nesse pedaço de mundo, e em cada parte
No prazer, na dor, no azar e na sorte
Vive o evoluído, o sapiente, o covarde...
 

Poema publicado originalmente nos livros "O Exterminador de Sonetos", "O Exterminador de Sonetos - 2ª Edição" e "Toda Poesia". Para conhecer e adquirir os livros clique aqui 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Anti-herói


por Eder Ferreira


Em meu peito
Uma insígnia pulsa
Uma dor fortalece
Inerte e convulsa

Em minha mente
Uma voz é ouvida
O grito da alma
Mais vil e perdida

Em minhas mãos
O sangue coagulado
Escorre bem lento
Já frio, gelado

Em minha coragem
Que surge do nada
Minha vontade
É livre, é alada

Em meu heroísmo
Surgido agora
A dor enaltece
A agonia aflora

Em meu peito
Que pulsa, que dói
Já pode ser lido:
“Aqui jaz um herói”

Poema originalmente publicado nos livros "Palavras vazias" e "Toda Poesia"