por Eder Ferreira
Ela me olhou
na penumbra
sob olhares obscuros
entre lapsos futuros
Ela me disse
com a voz da razão
o que sente o coração
quando não mais sonha
Me falou ao relento
na noite que se resfria
na luz, a calmaria
o momento onde nada
se torna absoluto
Ela me fitou
na brevidade do tempo
Me avisou, me despertou
para a realidade
a irreversibilidade
a obscuridade
Ela, me olhou, me disse
Eu não escutei
não quis ser visto
Fugi, menti, quase desisti
mas, ela não permite
que ninguém se vá
antes da hora
antes que sua contraparte
venha em silêncio
ou ao ser exigida
já que a morte nada faz
sem a permissão da vida
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