sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Tempo esgotado



por Eder Ferreira


O tempo não para, só passa devagar

Arrastando-se perene, pela eternidade

Ocultando a mentira, enganando a verdade

Na montaria temporal, sempre a galopar


Tão solene, só, em recato, desolado

Um relógio quebrado, tênue, perpétuo

Desfragmentado no silêncio, quieto

Seu advento já foi cronometrado


Os ponteiros, inertes, logo paralisam

Segundos, minutos, horas, enfim

As cicatrizes óbvias não cauterizam


Ser atemporal, desses tempos devassos

Já sinto pulsar aqui dentro de mim

Como o relógio, meu coração em pedaços

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