por Eder Ferreira
Minhas lágrimas se cansaram
de cortar o ar, a mando da gravidade
a mando de meu coração
Não mais querem descer
em direção ao vazio
Nem escorrer por este rosto
fatigado de tanto sofrer calado
Nesse úmido lamento desfalecido
meu pranto já secou
como a chuva que não cai
torturando a terra inerte
Sou um sertão, em plena seca
Sou uma fonte morta
Sou uma lágrima evaporada
Nada sou, senão um lamento encarnado
Feito homem, mas na essência um vácuo
Feito um soluço, preso na garganta
Rarefeito ar, que, no atrito
tenta impedir a última lágrima de cair
nadando pelo espaço cheio de saudades
Tudo em vão
Nada segura o pranto insólito
de um lacrimejante e triste coração
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