por Eder Ferreira
Pobre homem, o insípido coveiro
A enterrar corpos, no chão mortal
Destino cruel, fatídico, fatal
Muito diferente do seresteiro
Esse sim, dança, canta e declama
Poesias, anedotas, cantigas ao luar
Pelas ruas, emoções ávidas a recitar
As mágoas, dos ouvintes, ele derrama
Vidas opostas, que assim se fazem
Sentimentos ambíguos, a si, trazem
Ambos na vida, sem rumo, sem norte
Não tão diferentes esses homens são
Se um enterra as mágoas do coração
O outro enterra as mágoas da morte
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